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BOLÍVIA

BOLIVIA

 

QUADRO SÍNTESE DA DIVISÃO TERRITORIAL DO TRABALHO NA BOLÍVIA

REGIÃO

DEPARTAMENTOS

ESPECIALIZAÇÃO

PRODUTIVA

SISTEMA DE ENGENHARIA

CIDADES PRINCIPAIS

CONCENTRADA

LA PAZ 

COCHABAMBA

SANTA CRUZ

INDÚSTRIAS

QUÍMICA

FARMACEÚTICA

CIMENTO

ALIMENTÍCIA

BEBIDAS

TÊXTIL

FUMO

PETROQUÍMICA

SEVIÇOS

ESPECIALIZADOS

ADMINISTRAÇÃO

PÚBLICA

TURISMO

COMÉRCIO

AGROPECUÁRIA

CANA DE AÇÚCAR

SOJA

HORTALIÇAS

TUBÉRCULOS

FRUTICULTURA

CAFÉ

COCA

PORCINOS

AVES

RODOVIAS

HIDROVIAS

FERROVIAS

HIDRELÉTRICAS

TERMELÉTRICA

AEROPORTOS

NACIONAIS

INTERNACIONAIS

GASODUTO

OLEODUTO

LA PAZ 

COCHABAMBA

SANTA CRUZ DE LA SIERRA

EL ALTO

QUILLACOLLO

SACABA

MONTERO

ACHACACHI

SUL

ORURO

POTOSI

CHUQUISACA

TARIJA

MINERAÇÃO

ESTANHO

ZINCO

HIDROCARBONETOS

GÁS NATURAL

PETRÓLEO

AGROPECUÁRIA

UVA

QUINUA

CAMÉLIDOS

OVINOS

SERVIÇOS

ADMINISTRAÇÃO

PÚBLICA

TURISMO

COMÉRCIO

INDÚSTRIAS

TÊXTIL

CIMENTO

PETROQUÍMICA

MINERAÇÃO

FUMO

BEBIDAS

ALIMENTÍCIA

RODOVIAS

FERROVIAS

HIDRELÉTRICAS

TERMELÉTRICA

AEROPORTOS

NACIONAIS

GASODUTO

OLEODUTO

ORURO

TARIJA

POTOSI

SUCRE

YACUIBA

LLALLAGUA

HUANUNI

TUPIZA

VILLAZÓN

BERMEJO

 

 

 

 

 

 

AMAZÔNICA

BENI

PANDO

AGROPECUÁRIA

BOVINOS

CASTANHA

 

TERMELÉTRICA

RODOVIAS

HIDROVIAS

AEROPORTOS

NACIONAIS

RIBERALTA

COBIJA

TRINIDAD

GUAYARAMERIN

FONTE: ELABORAÇÃO PRÓPRIA

 

A Bolívia é um país pobre, com economia pouco diversificada, dependente dos recursos naturais e concentrada em um corredor formado pelos Departamentos de La Paz, Cochabamba e Santa Cruz que constitui o motor econômico do país concentrando as atividades industriais, o agronegócio moderno capitalista de alto rendimento da soja e da cana de açúcar e os serviços especializados demandados pelas outras regiões do país. As Regiões Amazônica e Sul são marginais na economia nacional sendo dependentes da Região Concentrada na aquisição de serviços especializados e de técnicas modernas e no abastecimento de produtos agropecuários e industrializados.

 A construção de rodovias como o corredor leste-oeste, responsável por 70% do movimento econômico da Bolívia, dos aeroportos nacionais e internacionais de Viru Viru em Santa Cruz , o J. F. kennedy de El Alto em La Paz e o Jorge Wilstermann em Cochabamba, das redes ferroviárias andina e oriental e da hidrovia Paraná –Paraguai possibilitaram a integração econômica com o Peru, o Chile e o Brasil pelos Estados de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul e as demais regiões do país. A Região Concentrada é a única do país que possui aeroportos internacionais tanto para transporte de passageiro quanto para transporte de carga. 

Os Departamentos da Região Concentrada possuem a economia baseada na produção agropecuária de soja, cana de açúcar, coca, café, porcos, aves, hortaliças, fruticultura e tubérculos. As indústrias principais são a alimentícia, petroquímica, química, farmacêutica, fumo, bebidas, cimento e têxtil. O setor de serviços especializados atende as demais regiões concentrando o comércio, os serviços financeiros e bancários, o turismo e os serviços de infra-estrutura do país.

O sistema urbano da Região Concentrada é composto por centros nacionais que são formados por áreas metropolitanas que oferecem serviços especializados e técnicas modernas para as demais regiões do país exercendo influência em todo o território nacional. Os centros nacionais são formados pelas áreas metropolitanas de La Paz (La Paz, El Alto, Achocalla e Viacha), Cochabamba (Cochabamba, Sacaba, Quillacollo, Tiquipaya, Colcapirhua e Vinto) e Santa Cruz de la Sierra (Santa Cruz de la Sierra, Montero, Warnes, Cotoca, La Guardia e El Torno).  Algumas cidades locais principais são Achacachi, Patacamaya, Coroico, Caranavi, Laja, Tiwanaco e Copacabana em La Paz; Punata em Cochabamba; Puerto Quijarro, Puerto Suarez, Puerto Pailas, La Bélgica, Pailón  e San José de Chiquitos em Santa Cruz.

La Paz é o centro político e Santa Cruz é o centro econômico e como Cochabamba localiza-se entre esses dois centros acaba se beneficiando tanto econômica como politicamente desta situação. O fato de La Paz e Santa Cruz divergirem política e economicamente contribui para a balcanização do país dividido entre as terras altas ocidentais tradicionalistas lideradas por La Paz e as terras baixas orientais capitalistas lideradas por Santa Cruz.

A decadência da mineração nas terras altas combinada com o surgimento e ascensão dos hidrocarbonetos e do agronegócio nas terras baixas como expressão da globalização e do neoliberalismo contribuem para agravar as tensões políticas entre as terras altas e baixas através do surgimento do movimento separatista Camba liderado pelo Comitê Cívico de Santa Cruz e integrado pelos Departamentos da meia lua compostos por Santa Cruz, Pando, Beni e Tarija.

A Amazônia boliviana é uma região com economia pequena baseada na produção agropecuária de bovinos destinados ao mercado interno e da castanha destinada ao mercado externo. As rodovias, hidrovias e os aeroportos nacionais permitem a integração comercial com Rondônia e o Acre no Brasil, com o Peru e com as demais regiões do país sendo importante para a exportação de soja e castanha. Esta região não possui um quilômetro sequer de ferrovias e dutos, o que dificulta seu desenvolvimento econômico e a sua integração territorial com as demais regiões do país limitando o papel desta região na divisão territorial e internacional do trabalho. O sistema urbano é constituído por cidades locais dependentes dos centros nacionais como Riberalta, Trinidad, Guayaramerín e Cobija que são as principais cidades desta região.

A Região Sul é economicamente dependente de uma mineração de estanho e zinco em decadência e da exploração dos hidrocarbonetos como petróleo e o gás natural que está em ascensão. Sua agropecuária baseia-se na produção de camélidos, uva e quinua e a indústria é composta pelos setores têxtil, petroquímico, fumo, bebidas, alimentícia, cimento e de mineração. O setor de serviços é formado pela administração pública presente em Sucre, a capital sede do Poder Judiciário Boliviano, pelo turismo e comércio nas cidades de Sucre, Potosi, Oruro e Tarija.

As rodovias, ferrovias e aeroportos permitem a integração econômica com o Chile, a Argentina, o Paraguai e as demais regiões do país. Os gasodutos Brasil-Bolívia e Bolívia-Argentina permitiram integrar as Regiões Sul e Concentrada na divisão internacional do trabalho cumprindo o papel da Bolívia como exportador de matérias primas. As ferrovias são usadas para escoar minérios como o zinco e o estanho, responsáveis por 30% das exportações do país.

O sistema urbano é formado por cidades regionais como Sucre, Potosi, Oruro e Tarija dependentes dos centros nacionais na aquisição de técnicas modernas e serviços especializados, mas que exercem influências sobre as cidades locais no que se refere à circulação e distribuição de bens e serviços pela Região Sul. As cidades principais são Sucre, Potosi, Oruro, Tarija, Huanuni, Llallagua, Tupiza, Villazón, Bermejo e Yacuiba.

A desigualdade regional na Bolívia é provocada em grande parte pelo Estado que fez com que a produção agrícola tomasse dois caminhos diferentes. Enquanto nas terras baixas do oriente houve fomento estatal na produção agroindustrial através da implementação de empresas estatais e apoio a investidores privados com crédito e transferências de dinheiro formando uma elite agrária em Santa Cruz e Beni que recebeu entre 50% e 80% dos créditos agrícolas estatais entre 1960 e 1980, nas terras altas ocidentais e nos vales desenvolveu-se uma agricultura familiar camponesa de baixo rendimento com tecnologias arcaicas, sem crédito rural e de moderada incursão nos mercados locais de produtos alimentícios (LINERA, 2009).

Essa estagnação da agricultura tradicional provocou o processo migratório interno mais importante da história do país, pois entre 1952 e 2001, a população rural baixou de 72% para 32% (LINERA, 2009).

Com a diminuição do papel do Estado na economia provocada pelo neoliberalismo somada com a restrição ao cultivo de folha de coca e de seus derivados ilícitos, a Bolívia ficou refém do capital estrangeiro que tomou conta do investimento em todas as áreas modernas da economia como os hidrocarbonetos, mineração, telecomunicações, estrada de ferro, eletricidade e parcialmente na agroindústria (LINERA, 2009).

Quando o governo boliviano decide investir massivamente no eixo central do país denominado neste estudo de Região Concentrada composta pelos departamentos de La Paz, Cochabamba e Santa Cruz em detrimento dos demais Departamentos pertencentes às Regiões Amazônica e Sul, ele também contribui para o aumento e agravamento das desigualdades regionais. Tarija só recebeu investimentos nacionais e estrangeiros significativos porque possui reservas significativas de gás natural destinadas ao mercado brasileiro e argentino. A decadência da mineração em Oruro e Potosi afugentou tanto os investimentos nacionais como os estrangeiros embora os minérios contribuam bastante para as exportações do país. O gás natural, os minérios de estanho e zinco e a soja são os principais produtos exportados pela Bolívia. O Brasil, a Argentina, os EUA e a Coréia do Sul são os principais parceiros comerciais dos bolivianos.  

O capital mineiro gerado no ciclo do estanho ajudou a desenvolver as terras orientais com o fomento ao agronegócio, porém o capital gerado pelo agronegócio não é usado para ajudar as terras altas ocidentais a desenvolver novas matrizes econômicas o que causa desigualdades regionais, pois as terras altas conseguem se manter economicamente graças aos impostos arrecadados pela exportação de hidrocarbonetos o que não agrada as terras baixas orientais que ameaçam constantemente se separar do restante do país.

O baixo investimento na indústria e sua concentração no eixo central do país somada a insistência de manter na Bolívia apenas a industrialização dos recursos naturais também provoca desigualdade regional, pois industrializar somente os recursos naturais contribui muito pouco para o desenvolvimento industrial do país nas regiões Concentrada, Amazônica e Sul. A Bolívia tem que investir em indústria de bens de consumo mais modernos como eletrodomésticos, informática, aviões e automóveis e em indústria de bens de capital para diminuir as desigualdades regionais. Embora o Brasil e a Argentina tenham feito uma industrialização muito mais moderna que a Bolívia, a desigualdade regional continua nestes países.

O descaso com os indígenas também agrava as desigualdades sociais e territoriais, pois a maioria dos pobres do país são índios que precisam ser integrados à sociedade boliviana, o que deve ser feito respeitando os seus valores, cultura e tradições. A valorização da educação e da cultura indígena é um caminho para a integração do índio na sociedade boliviana. Toda a esperança de dias melhores para a Bolívia passa pela valorização do indígena, o patrimônio mais valioso do país.

Gravetal - Empresa produtora de soja na Bolívia

Gravetal Bolivia

FAZENDAS EM COCHABAMBA NA BOLÍVIA

 

FAZENDAS EM COCHABAMBA BOLÍVIA

MINA DE PULACAYO NA BOLÍVIA

MINA DE PULACAYO BOLIVIA

AEROPORTO DE EL ALTO EM LA PAZ BOLÍVIA

AEROPORTO LA PAZ BOLÍVIA

AEROPORTO SANTA CRUZ BOLÍVIA

 

AEROPORTO SANTA CRUZ BOLIVIA

AEROPORTO DE COCHABAMBA NA BOLÍVIA

AEROPORTO COCHABAMBA BOLIVIA

INDÚSTRIA DE CIMENTO EM VIACHA NA BOLÍVIA

VIACHA BOLÍVIA

MINERAÇÃO EM POTOSI.

MINERAÇÃO EM POTOSI

TARABUCO, DEPARTAMENTO DE CHUQUISACA,BOLÍVIA

TARABUCO

VALE DE LA CONCEPCIÓN, TARIJA, BOLÍVIA.

 

valle_de_la_concepcion_tarija_bolivia

 

CERVEJARIA BOLIVIANA NACIONAL EM LA PAZ

la_paz_cerveceria_boliviana_nacional

 

MERCADO CAMPESINO, TARIJA, BOLÍVIA

 

mercado_campesino_tarija_bolivia